A Bússola de Ouro
O filme batizado no Brasil com o nome de “A Bússola de Ouro”, e também conhecido como “A Bússola Dourada”, é a adaptação do primeiro romance da trilogia “Fronteiras do Universo” – do original “His Dark Materials” – chamado “Northern Lights” e publicado na Inglaterra em 1995 por Philip Pullman.
A obra literária foi acaloradamente elogiada pela crítica e, apesar da adaptação cinematográfica receber muitas críticas nacionais negativas, não é difícil intuir que o interessado em Ficção Científica e Fantasia tenha tudo para apreciar “A Bússola de Ouro”.
O enredo passa pelo conceito de que tudo se passa em um universo paralelo ao nosso, onde uma astuta órfã chamada Lyra Belacqua (Dakota Blue Richards) mora com o tio, Lord Asriel (Daniel Craig), um acadêmico que encontrou evidências contra a doutrina estabelecida e defendida pelo Magistério, que mantém uma ditadura ideológico-dogmática.
Uma das características mais fascinantes do universo criado por Philip Pullman, contudo, é o fato de que todo ser humano tem uma alma e que esta perambula ao seu lado na forma de animais – na tradução chamados de dimons e no original dæmons – que representam a têmpera, personalidade e inclinações de seu dono.
Uma crença antiga, em uma substância, chamada “Poeira” – do original “Dust” – que ligaria os seres humanos a um outro mundo através de seus “dimons”. Lord Asriel e os demais acadêmicos, que estão visivelmente desconfortáveis com o poder exercido pelo Magistério, vêem na evidência a oportunidade de desestabilizar sua influência.
A mecânica da trilogia “His Dark Materials” permite a interação entre as almas de cada personagem com outras almas e com os personagens em si, sugerindo que a alma é mais que uma essência, mas uma atuante que faz as vezes de instinto, consciência e sensibilidade.
O filme contrai uma grande quantidade de história em muito pouco tempo de exibição e, no entanto, não é difícil se sentir envolvido pela sofisticação da trama e pela magia exercida pelo presente do Reitor para a pequena Belacqua, um instrumento chamado “aletiômetro”, capaz de medir a “Verdade”.
O nome “aletiômetro” é uma referência ao conceito Grego denominado “Alètheia”, que remete a sinceridade, bem como ao que é Real ou Fato. O significado literal do conceito está ligado a “algo que não está oculto, ou o estado de ser evidente”, dando uma pista da inspiração e intenções do autor em empreender uma jornada moral menos trivial do que a que espera o público que procura mera diversão.
Contando com personagens encarnados por Christopher Lee, Nicole Kidman, Eva Green, Sam Elliott, e com artistas do calibre de Ian McKellen, Kathy Bates e Kristin Scott Thomas nas vozes de “dimons” e outros personagens, fica claro que a produção é ambiciosa e que, embora não tenha tido a audiência esperada, trata-se de um roteiro que despertou o interesse de um seleto grupo de atores e atrizes.
Com direção e roteiro de Chris Weitz – do ótimo “Em Boa Companhia” – o filme é recheado de estética SteamPunk em cada esquina da estória, seja nas carruagens, barcos, dirigíveis, no “aletiômetro” e em uma série de outros detalhes de figurino e cenografia, o que sinaliza a importância dada aos detalhes e a confiança na proposta “retrofuturista”.
O espectador mais ansioso pode vir a se incomodar com o final lacônico e tão dependente das continuações que ainda estão para ser lançadas, entretanto o filme mostra a que veio e deixa claro o potencial da história.
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Site Oficial
O site oficial do filme, disponível em várias línguas – incluindo o Português – é farto em informações a respeito do filme, material para download, conteúdo escondido acessível a partir de um “aletiômetro” e até mesmo um sistema que permite ao visitante descobrir qual o seu “dimon”.
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Trailer do Filme
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