A Taxidermia SteamPunk de Lisa Black
Neozelandesa, Lisa Black é escultora e revisita a taxidermia através de um trabalho elaborado de customização, unindo mecânico e orgânico em peças que chocam pelo ar sacrílego.
Não vão faltar críticas e interpretações, adjetivos e expressões de desgosto, mas Lisa Black garante que sua intenção é simplesmente alcançar uma proposta estética dissonante e original.
Sua coleção de animais empalhados modificados é denominada “Fixed” (“consertados”, em português) e cada peça demora meses para ficar pronta, exigindo buscas em Garage Sales por criaturas que, normalmente, já estão um tanto avariadas pelo tempo. Não é menos demorada sua busca por toda sorte de engrenagens e equipamentos antigos para emprestar ao trabalho toda essa aparência SteamPunk.
O trabalho de Lisa Black foi alvo de ativistas, como se pode supor, mas ela é bastante eloqüente ao defender suas intenções artísticas, declarando sua postura pluralista quanto as questões trans-humanistas e seu interesse na estética SteamPunk.
Tendo tido seu trabalho popularizado pela rede social Behance, de profissionais de criação, Lisa Black faz questão de alardear a importância de iniciativas como esta para divulgar a diversidade artística e educar um público pouco tolerante quanto a natureza de obras incomuns.
A arte tem um papel profundamente importante em nossa cultura e reduzí-la a algo que se deve gostar é esperar que ela seja muito menos do que ela pode ser. Uma proposta artística confortável não é tão provocativa quanto uma que nos provoque uma reação incomum, como melancolia ou até raiva.
Em um momento em que o Entretenimento é, para muitos, mais importante que a Arte, artistas como Lisa Black são especialmente importantes, não permitindo ao espectador permanecer com os sentidos embotados e provocando-os a ter alguma reação para, quem sabe assim, entenderem que se divertir não é a única coisa que ela pode fazer e que a reflexão e o significado estão em todo lugar.
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