SteamPunk Tokyo Disney Sea
Port Discovery e Mysterious Island
Olá a todos os leitores do Steampunk.com.br, é com muito prazer que escrevo aqui pela primeira vez.
Meu nome é Dana, tenho 23 anos e sou fã do gênero há alguns anos, entrando mais a fundo cerca de um ano e meio atrás. Apesar da apresentação ser dispensável, especialmente por não ter nada a ver com o artigo que venho compartilhar, achei válido dizer um pouco sobre quem eu sou, antes de começar a dividir com vocês uma experiência incrível que a Disney de Tokyo me proporcionou.
Para aqueles que não sabem, a Disneyland possui parques não apenas nos EUA, mas também em cidades como Paris, Hong Kong, Shanghai e, claro, Tokyo. O Resort da capital do Japão é dividido em duas partes: A Tokyo Disneyland e a Tokyo Disney Sea, essa última existindo apenas lá, combinando diversos brinquedos de várias Disneys do mundo, criando um parque basicamente voltado para temas aquáticos, cidades portuárias e com atrações muito mais adultas e mais emocionantes, como a famosa Tower of Terror, o elevador que despenca cerca de 55 metros. Entre outras atrações realmente interessantes e de alta adrenalina, temos uma pirâmide asteca tão real quanto a original, que abriga o Indiana Jones Adventure: Temple of the Crystal Skull, uma aventura de montanha-russa que leva a todos para um cenário praticamente dentro do filme.
Tudo bem, ok, até agora está tudo muito legal, mas e o Steampunk?
Calma, meu caro Watson, já estamos chegando lá. Uma das coisas interessantes que vemos na Disney é a divisão por “setores”, como se fossem pequenos mundos dentro do grande parque. O primeiro que chamou minha atenção para a influência Steampunk foi o Port Discovery. O próprio conceito já diz tudo: Seria o local onde se faz todo o controle do tempo da Disney, medido por diversas engenhocas e instrumentos de observação. Quase como se fosse a base científica de algum meteorolgista louco. As atrações ali incluem o StormRider, um simulador incrível de pesquisa e caça a furacões; o Aquatopia, um ‘passeio’ aquático em carrinhos realmente legais e um pequeno trem, de locomoção interna pela Disney.
Mas o que realmente impressiona em Port Discovery não são apenas as atrações, que, claro, contam com a melhor tecnologia possível, mas sim a riqueza de detalhes dos cenários e a imaginação para se criar cada uma daquelas coisas. Desde as lâmpadas, passando pelo carrinho de pipocas, as latas de lixo e as lojinhas de tranqueiras. Tudo é perfeitamente temático, com satélites e parabólicas adaptados de um jeito que, antes disso, apenas a minha imaginação e os filmes poderiam me proporcionar. Era tudo tão real e parecia funcionar tão bem, que era realmente difícil acreditar que era construído apenas pelo entretenimento, como cenário.
Como se não fosse suficiente a empolgação de passear por um lugar como aquele, meu coração se depara com a maior e mais emocionante surpresa de todas. Depois do adorável Mermaid Lagoon, atravessando uma passagem quase escondida, cheguei à Mysterious Island, o lugar que nada mais, nada menos, foi inspirado em quase todas as obras de Júlio Verne, como se pode perceber pelo nome. É até difícil encontrar palavras para descrever um cenário que era tão bonito, que até enchia os olhos de lágrimas.
Exatamente pela Tokyo Disney Sea ser tão aquática, nada poderia ser mais inspirador que 20.000 Léguas Submarinas, para dominar todo o cenário externo. Tudo parecia ter sido escavado com as máquinas que ainda estavam ali. O vapor ainda saía dos pequenos buracos entre as pedras e, entre tudo aquilo, podíamos ver o Nautilus, em toda sua granditude, ancorado no porto, com os motores ligados, pronto para partir assim que o Capitão Nemo chegasse. Todas as lojas de souvenir, os pipoqueiros, também pareciam pertencer àquele mundo, com decorações como escafandros e tubulações, e até mesmo os restaurantes e cafés eram em meio às grandes construções esverdeadas de metal, que estavam em todos os lugares.
E ainda dentro de Mysterious Island, descendo por um túnel, cheguei à Viagem ao Centro da Terra, a única atração de Verne que eu pude ir. Por conta do frio absurdo que fazia, era impossível ficar mais de uma hora na fila de 20.000 Léguas Submarinas, então deixo essa aventura para quem puder relatá-las em uma outra ocasião. A fila de Viagem ao Centro da Terra durou quase 3 horas, por ser uma atração bastante disputada. Porém, era notável o cuidado com detalhes até mesmo ali.
Na espera, podíamos ver cenários montados com todas as pesquisas e os estudos feitos pelo professor e seu sobrinho. As mesas com as experiências, os testes, instrumentos e até mesmo mapas e pinturas sobre o lugar. A atração também era uma volta de montanha russa, passando por todos os lugares que apareciam no livro. Os cristais, os cogumelos, ficando mais rápida depois de encontrar o monstro no final, subindo e dando uma queda livre de deixar qualquer um com um frio na espinha.
E depois de tudo isso, eu encerro esse relato, com o motto que se encontra logo no corredor de saída, no final da atração. Uma placa de metal soldado com dizeres de arrepiar qualquer um, especialmente os fãs de Steampunk. “Life is an Astounding Journey” (A vida é uma jornada surpreendente). E realmente é.
A autora
Dana Guedes (@dana_aoi) é de São Paulo, é escritora amadora, tem formação em Design Editorial e é entusiasta do gênero e do movimento SteamPunk.
Diligente, Dana Guedes foi uma das primeiras pessoas a contatar o Conselho SteamPunk acerca da iniciativa Literária aoLimiar e a ajudar a conceituar a Rede Social de Editoras, Escritores e Leitores de Literatura Fantástica.