SteamPunk ~ Gazeta do Povo
A Gazeta do Povo, através de seu canal de Internet Gaz+, em reportagem de Fábio Cherubini, discorreu acerca do movimento SteamPunk e de seu significado em um artigo lúcido e surpreendentemente longo onde faz justiça ao gênero.
Leia a transcrição do artigo abaixo:
Na onda do SteamPunk ~ por Fábio Cherubini
No Brasil existe um grupo responsável por divulgar e unir os admiradores e artistas do gênero. O Conselho Steampunk (http://steampunk.com.br) possui várias “lojas” pelo país – como são conhecidas as suas filiais, em referência às Lojas Maçônicas –, inclusive no Paraná. O [co-]fundador do conselho, Bruno Accioly, de 42 anos, explica que embora o gênero tenha surgido em 1987, alguns autores antigos, como Julio Verne, de 20 Mil Léguas Submarinas, também são considerados steampunk [ou inspirações para o movimento]. O pai de Sherlock Holmes, Sir Arthur Conan Doyle, é um dos precursores [ou outras inspiração para os amantes] do gênero.
“O estilo [o nome, ao menos] surgiu como uma ramificação do cyberpunk, que era muito popular nos anos 80. Nele, o punk significa exagero, enquanto o steam – vapor, em inglês – é a força que movia aquele século. É comum que muitas pessoas não o conheçam de nome, mas que gostem do estilo”, conta Bruno, que é analista de sistemas, designer e autor de contos do gênero.
Com 100 membros ativos, que atuam em áreas como moda, literatura e ilustração, o conselho e suas lojas são responsáveis pela produção do conteúdo dos blogs e da revista Vapor Marginal (http://vapormarginal.com.br), assim como pela realização de eventos em todo o país.
Vestidos a rigor
A Loja do Conselho Steampunk do Paraná está à frente dos encontros locais, que rolam uma vez por mês, e do grupo de discussões no Facebook (http://on.fb.me/Tg1ciV), que tem mais de 300 pessoas. É nos eventos locais e nacionais que os entusiastas põem a criatividade para funcionar e se caracterizam de acordo com a moda do século 19, o que causa estranhamento para quem não conhece o estilo. Mas isso não significa que no dia a dia os steamers – como são conhecidos – usem fraques, cartolas ou vestidos grandes e compridos.
“Para quem está de fora, o cosplay acabou se tornando uma forma de identificação do steampunk, mas eu mesmo não me visto assim, nem nos eventos, nem no meu cotidiano”, conta Bruno, que apesar do gosto pela época da Revolução Industrial é totalmente ligado nas novas tecnologias, não curtindo, inclusive, ter os seus escritos publicados em papel – só na internet.
Em entrevista por e-mail ao Gaz+, os responsáveis pelo conselho no Paraná, Carlos Alberto Machado, de 52, e Rafael Klosowski, de 29, esclarecem que por aqui não é diferente. Mas mesmo não se vestindo a rigor quando vão ao mercado, à escola ou ao trabalho, muitos fãs incorporam alguns elementos da cultura steampunk fora dos eventos, como o uso de relógios de bolso, no caso dos homens, e dos espartilhos, no das mulheres; ou mesmo estilizando as suas gadgtes para que pareçam antigas, por meio do uso de capinhas de celular com ilustrações de engrenagens, por exemplo.
O perfil dos adeptos do gênero também é bastante diverso. Nos eventos e fóruns online do Paraná, os administradores ressaltam que há de tudo: de crianças de oito anos a senhores de 60, de góticos a loucos por literatura. Pessoas como eu e você, mas movidas pela paixão às maquinas a vapor.
Fãs se inspiram nos livros de História
De uns tempos para cá virou moda misturar fatos históricos com personagens da ficção – vide o filme Abraham Lincoln, Caçado de Vampiros –, mas, muitas vezes, não há outra saída para as obras do steampunk senão essa, até mesmo para caracterizar melhor os tempos da Revolução Industrial.
Esse resgate histórico também se dá entre os aficionados pela moda da época, que buscam referências para criar os seus modelos. Em Curitiba, quem encabeça essa tarefa é a turma do Picnic Vitoriano (http://picnicvitorianocwb.com), que além de estudar, confeccionar ou mandar fazer as próprias roupas, promove piqueniques e chás da tarde iguais aos do século 19.
“No nosso site temos toda a história da moda da Belle Époque, como era conhecido esse período, e de outras épocas também. Algumas pessoas reproduzem, mas outras usam como inspiração para criar o seu próprio estilo”, explica Ana Schlosser, de 23 anos, uma das integrantes do grupo.
Observação: Notas de transcrição entre colchetes.
Visite o site:
Gaz+ ~ Gazeta do Povo ~ Na onda do SteamPunk