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SteamPunk, Popularização e Mainstream - SteamPunk
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jan 18 2013

SteamPunk, Popularização e Mainstream

Muito tem sido dito acerca de Tendências Culturais, um conceito que deriva diretamente de um conceito tido como menos nobre por décadas: a Moda.

Tendências Culturais são profundamente importantes, a despeito da opinião daqueles que se preocupam com a banalização da cultura e com o alinhamento entre produção cultural e demanda por entretenimento.

Como se pode imaginar, a análise de Tendências Culturais é importante sobretudo para os interesses comerciais e, para o melhor e para o pior, acaba sendo uma métrica valiosa para empresas interessadas em vender mais – e alguma não é?

Isso não nos exime de discutir ou protestar contra a cultura do “mais-do-mesmo”, cada vez mais dominante e responsável pelos três filmes em cartaz com o mesmo tema, por séries de televisão tão semelhantes dividindo as telas ou por publicações com temática ou estrutura narrativa quase idênticas.

O fato é que, se você gosta de um gênero e este ainda não virou tendência, você procura cada vez mais pessoas com a mesma afinidade cultural e cada vez mais produtos culturais ligados àquele gênero e, de repente, até produz você mesmo artefatos que tenham por base a estética ou conceito imerso naquilo pelo que você se interessa.

O resultado? Aquilo pelo que você se interessa acaba por se tornar mais popular e, a medida que se torna mais popular, acaba virando uma tendência, chegando, enfim, à condição de Mainstream, o que pode ser traduzido como “Comum”, “Corriqueiro” ou, em uma tradução mais literal, “Corrente Principal”.

Algumas Tendências Culturais são passageiras e sofrem com a transição para o Mainstream, outras demoram décadas para alcançar uma massa crítica suficiente para serem notadas e, com isso, acabam arrebanhando tantos entusiastas que seu momentum é grande demais para que o fenômeno feneça e desapareça no oceano do esquecimento, junto com a saia balonê e o Disco – uns repudiados dali para diante e outros se transformando em fenômeno Cult.

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A Ficção Científica é um bom exemplo de gênero que angariou paulatina e furtivamente uma legião de entusiastas até que suas raizes começaram a ser notadas no cinema e na cultura pop de um modo geral e, quando “Matrix” veio às telas de cinema era tarde demais e, mais uma vez, foi “o triunfo dos nerds” – que vêm ganhando terreno em tudo que tem a ver com entretenimento, comportamento e tecnologia.

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O Steamer gosta de pensar que este é o mesmo fenômeno que está acontecendo com o SteamPunk e, para que isto seja verdade, não falta tanto assim. O termo SteamPunk está em inglês, o que é um obstáculo desagradável, mas com a sofisticação do conceito do que é SteamPunk e com a simplificação do contorno da idéia por detrás deste conceito, o grande público vai abraçar cada vez mais o gênero até que, finalmente, ele se torne Mainstream.

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É claro que há o entusiasta que não suporta o conceito de Mainstream e que adora estar na crista da onda de movimentos obscuros e desconhecidos, inebriado pela noção de que faz parte de uma contracultura que até “Punk” tem no nome e que adora dizer: “eu gostava disso antes de todo mundo”, mas quem deixa de gostar de algo só porque um número crescente de pessoas passa a gostar, acaba que não parece jamais ter apreciado o objeto de sua aparente afeição com tanta intensidade assim.

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O site SteamPunk.com.br, o Conselho SteamPunk, as Airships e uma série de outros grupos vêm trabalhando no sentido de encontrar mais entusiastas que venham a fruir desse fenômeno cultural que invoca a história recente do país e do mundo ao mesmo tempo que brinca com um passado ficcional familiar e distante, utópico e distópico, nostálgico e melancólico… um misto de ficção e realidade tão paradoxal quanto a própria história – sob diversos aspectos – e que é um reflexo da complexidade do próprio ser humano.

A Ficção Científica nasceu no Século XIX e nada mais apropriado que seja perpetuada esta época – e as narrativas que dela lançam mão – para contar estórias que transitam e dialogam com o Real de forma a promover uma visão crítica do nosso momento histórico e (por que não?) nos divirtam com nossas qualidades e defeitos de então, seja em nome do entretenimento ou de uma indisposição saudável e até panfletária.

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O SteamPunk é a produção de Ficção Científica do Século XIX no Século XXI, através da literatura, dos quadrinhos, da ilustração, da pintura, da escultura, da moda, do cosmaking, do cosplay, da cenografia, da música e de qualquer outra forma de expressão e talvez se trate de um dos movimentos mais engajados da produção cultural espontânea em todo o mundo – sem exagero!

Não é a toa que começamos a ver a cor do couro, do latão e do cobre em todo lugar, não é para menos que vemos escotilhas, portinholas, caldeiras, traquitanas, trapizongas e engenhocas disfuncionais sem fins aparentes, quase ridículas, mas que marcam a intenção de fazer as vezes de ferramentas destinadas a nos tornar pessoas melhores e, efetivamente, mais do que somos até aqui.

E se o gênero se tornar Mainstream, se o SteamPunk se tornar algo realmente Popular e o mundo inteiro passar a gostar da mesma coisa que nós – os pioneiros Steamers – que isso então nos encha de orgulho e nos dê forças para o próximo passo: manter a Integridade do Movimento!

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Para saber mais:

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Bruno Accioly
conselho@steampunk.com.br

Co-fundador do Conselho SteamPunk, Bruno Accioly é diretor da dotweb - empresa que faz a infra-estrutura de internet da organização - concebeu a iniciativa aoLimiar.com.br, é fundador da Sociedade Literária Retrofuturista e autor de "Crônicas Póstumas".