Este website é lar e berço do Conselho SteamPunk e tem por objetivo divulgar, explicar, inspirar, homenagear e produzir cultura SteamPunk – dando apoio a criação de novas Lojas do Conselho em todo país.
Com a crescente aparição de livros, quadrinhos, animações, filmes e sites dedicados a divulgação do gênero SteamPunk, faz-se necessária a existência de uma referência consistente em língua portuguesa, não só para agregar todo o conteúdo produzido fora do Brasil a respeito da Era Vitoriana, mas também para divulgar o movimento no país, reavivando assim a memória brasileira.
Quanto mais veículos de qualidade se fizerem disponíveis por aqui, maior será, creio, a produção brasileira de material SteamPunk, acessando não só os tão decantados Babbage, Daguerre, Tesla, Niépce, D.Porter, Talbot, Carlyle, Telford, Paxton e tantos outros engenheiros e inventores, mas brasileiros notáveis como Santos Dumont, João Batista de Lacerda, Ezequiel Correia dos Santos, Oswaldo Cruz, Francisco Freire Alemão, Frei José Mariano da Conceição Velloso e Alexandre Rodrigues Ferreira.
Fiquem à vontade para enviar qualquer link, texto ou dica para o endereço de e-mail b.accioly@steampunk.com.br, que serão, com carinho, considerados para publicação.
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O SteamPunk é um sub-gênero da Ficção Científica passado em uma realidade alternativa, cuja proposta estética remete ao Século XIX, como se a Era Vitoriana tivesse sido de tal forma bem sucedida que seus costumes, tecnologia e cultura tivessem perdurado por muito mais do que de fato perduraram.
Nesta realidade retrofuturista, conquistas magníficas foram alcançadas pela tecnologia graças a constantes Físicas que favorecem a eficiência da mecânica e o poder da eletricidade em dar origem a máquinas capazes do impensável.
O fascínio pelo progresso tecnológico e por tudo que o Homem alcançou, contudo, convive com uma ignorada mas constante degradação ambiental, profundas diferenças sociais e com a iminência da desgraça que vai se tornando cada vez mais difícil de ser evitada.
Uma Distopia travestida de Utopia, a sociedade retratada no gênero SteamPunk é uma caricatura do mundo em que vivemos, onde a tecnologia convive grotesca e intrusivamente com os interesses sociais, interrompendo a passagem com os trilhos de um progresso desmedido e tortuoso, mal planejado e orientado por motivações que têm muito menos relação com as necessidades humanas que com com interesses corporativos.
A origem do termo SteamPunk é recente, tendo surgido em meados da década de 80, quando Kevin Wayne Jeter tentava rotular seus trabalhos e os de seus colegas escritores Tim Powers e James Blaylock, que escreveram uma série de romances entre 1979 e 1986 cuja característica mais marcante eram as histórias de Ficção Científica passada na época Vitoriana, com tecnologia “retrô” e claras influências em clássicos da literatura de Ficção Científica.
Constantes inspirações no gênero SteamPunk, os romances de Ficção Científica do século XIX, como “20.000 Léguas Submarinas” e “Da Terra à Lua”, de Julio Verne; “A Máquina do Tempo” e “Guerra dos Mundos”, de H. G. Wells; “Frankenstein”, de Mary Shelley; e “A Connecticut Yankee in King Arthur’s Court”, de Mark Twain, não escapam, hoje, de ser associados ao novo gênero.
Esta resignificação dos subgêneros da Ficção Científica se estende a várias medias, incluindo o Cinema e, quem aprecia a cultura SteamPunk, começa a identificar a estética do novo gênero – seja ela intencional ou não – em filmes como “Metropolis”, “1984”, “Brazil – o Filme”, “Delicatessen”, “Jovem Sherlock Holmes”, “De Volta para o Futuro”, “A Cidade das Crianças Perdidas”, “As Aventuras do Barão de Munchausen”, “Wild Wild West”, “Pacto dos Lobos”, “SteamBoy”, “O Cavaleiro sem Cabeça”, “Liga Extraordinária”, “Van Hensing”, “Hellboy”, “O Grande Truque”, “A Bússola Dourada” e tantos outros.
Tal é a popularidade da cultura SteamPunk que é possível identificar e classificar diferentes sub-categorias, determinadas a produção de subjetividade que façam diferentes cortes do gênero, sejam eles Históricos, e que façam uso de personagens, locações e fatos – fictícios ou não – que tiveram lugar no passado; de Fantasia, que se passem em realidades completamente alternativas ou em um futuro norteado pelo desenvolvimento da cultura SteamPunk; ou Variantes do Conceito, que misturam gêneros, tempos, personagens, alienígenas e planetas de forma a torná-los peças que tenham como fim contar uma história sem compromisso com linhas de tempo ou com abordagens clássicas.
Com sua estética por vezes bela, por vezes inusitada e por vezes grotesca, o SteamPunk conquistou o público Goth, Cyber, Industrial e Punk sem dificuldade, bem como todos os que apreciam a riqueza de detalhes que é fruto da colisão entre a tecnologia moderna e os recursos e a estética Vitoriana, repleta de Bronze, Couro, Cobre, Pano, Vapor e Eletricidade.